segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nossos velhos sentimentos...

Por que esperamos tanto das pessoas, afinal?... Por que é tão difícil aceitar que somos todos seres humanos, o que nos faz passíveis de erros e de sentimentos diversos, muitas vezes nem um pouco nobres?... Por que ainda dói quando alguém nos decepciona ou exerce o direito que todos temos de simplesmente sermos egoístas?... Já não deveríamos esperar por isso?...

Se pudéssemos tão somente aceitar nossa natureza!... A natureza de todos nós... Mas desde crianças fomos ensinados a esconder os sentimentos nomeados como "feios": Ódio... raiva... inveja... egoísmo... Aprendemos que eles devem se manter longe... Devemos afastá-los a todo custo, em nome de alguma coisa que não me lembro mais o que é.

Fingir que não se está magoada, fingir que você não sente nenhuma pontinha de raiva por ter acreditado em algo que decididamente não deveria. Talvez então, fingir seja mais nobre que sentir... será?...

Será que a mais santa das criaturas (e não estou me referindo a Sandy dessa vez) já conseguiu nutrir no coração apenas sentimentos lindos e primaveris, em tons pastéis e cheirinho de rosas brancas?... Será que essa criatura superior repleta de bondades, caridades e amor ao próximo algum dia existiu de fato?...

E é aí que aprendemos a ter medo... Como dizer a alguém da forma mais sincera que a considera especial, que sente saudades ou que suas mãos tremem diante de um mero olhar, sem a dúvida de que no dia seguinte essa mesma pessoa pode simplesmente desaparecer?... E como não dizer?... Gostar e fingir indiferença não tem, absolutamente, a menor graça.

O grande desafio talvez seja o de admitir que somos apenas pessoas normais, para o bem ou para o mal, e tentar conviver da melhor forma com nossos "fantasmas".


Amar, odiar, sofrer, chorar, rir, abraçar, beijar, passar noites em claro de tanta felicidade ou de tamanha tristeza ou saudade são ingredientes que ajudam a temperar nossa história... e que diferenciam uma vida plena e farta de uma outra medíocre e insossa.

Parar de se esconder atrás "da moral e dos bons costumes" que nos empurraram garganta abaixo e nos permitir viver qualquer tipo de sentimento é uma alternativa bastante atrativa para mim, até porque no fim das contas, todos eles podem se mostrar nobres  – até mesmo os piores.

Um comentário:

  1. Raiva, mágoa e tristeza... não me sinto mau em sentir estes. Mas quando sinto ódio, inveja ou egoísmo geralmente descubro algo de muito errado comigo. Raiva, mágoa e tristeza são sentimentos causados por pessoas que com ódio, inveja e egoísmo nos atingem.

    Raiva, mágoa e tristeza: passivos;
    Ódio, inveja e egoísmo: ativos.

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