... E foi durante a leitura de um
delicioso texto de Rubem Alves, em plena aula da minha querida professora
Tatiana, que esse texto surgiu...
Acho que sou diferente. Minto:
tenho certeza. Ser diferente é uma constatação.
A – grande – maioria das mulheres
são delicadas e gostam de cor de rosa... Adoram flores e se derretem ante uma
caixa de chocolates... Sonham com belas serenatas e poemas declamados sob a luz
da lua...
Eu não.
O rosa não me “favorece”. Prefiro
o vermelho ou o roxo... adoro o preto. Gosto de tatuagens e não tenho longos e “seduzentes”
cabelos lisos e louros. Minhas madeixas são curtinhas e quase não uso esmaltes
suaves e transparentes. Nunca gostei de receber (nem de dar) flores. Vê-las
murchar dentro daqueles belos arranjos sempre me causou certa desolação.
Chocolates? Às vezes um bombom, para acalmar os hormônios... Gosto de poesias,
mas não das rimas românticas e previsíveis... Gosto de textos que me façam
voar... que tirem meus pés do chão e isso não acontece dentro da métrica.
Romantismo tem outro formato pra mim.
Pareço forte, mas às vezes penso
ser outra característica que me difere da maioria, simplesmente por ser até
mais frágil que elas em alguns momentos...
Gosto de vintage. Os artigos retrô
me encantam. Gosto do bom gosto, da gentileza, de princípios e de caráter. A
demagogia de uma sociedade perfeita me entedia, a “santidade plena” faz parte
de uma realidade inatingível e não é um objeto de desejo pra mim.
Gosto de dúvidas, de pensamentos,
de questionamentos e concordo com a afirmação de Nelson Rodrigues quando diz
que “toda a unanimidade é burra”. Sim ela é e, definitivamente, me cansa.
Gosto de escrever... Gosto de “sentir” os meus escritos... Gosto de
ser eu, mas me perco dentro de mim mesma com tanta frequência que até penso que
não seria assim tão ruim ser uma outra pessoa... como a maioria, às vezes...
Meu inconsciente me confunde e me
amedronta... Sinto medo do desconhecido, mas sou curiosa demais para ignorá-lo...
Sou mesmo diferente, sei disso, e
ser assim causa estranheza nas pessoas. Na verdade elas também tem medo do diferente...
e, as vezes, tem medo de mim...
Pelas diferenças não me sinto
melhor nem pior que a humanidade a minha volta, que me observa e – muitas vezes
– me julga... Sou apenas uma mulher, aprendendo a cada abrir de olhos a me
tornar um pouco melhor.
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